A escritora
Eulália Duarte Barros, Lalinha, tomou posse às 19h30 do dia 13 de julho de
2016, na Academia Norte-Riograndense de Letras. Sucede à acadêmica Anna Maria
Cascudo Barreto, na cadeira n. 13, cujo fundador foi Luís da Câmara Cascudo,
sucedido pelo pianista e também escritor Oriano de Almeida. O patrono da
cadeira é o historiador Luís Fernandes. A nova imortal será saudada pelo
acadêmico Paulo Balá Bezerra. Ouviremos, certamente que sim, dois belos
discursos. Lalinha completa o quarteto feminino da Academia: ela, Sônia Maria
Fernandes Faustino, Diva Cunha e Leide Câmara.
Foi eleita
em 15 de setembro de 2015
Eulália Duarte Barros, além de escritora é
professora. Formada em Letras pela UFRN, onde fez mestrado em Educação e
ensinou Psicologia da Educação no Curso de Licenciatura. Foi fundadora do
Núcleo Educacional Infantil (NEI) da UFRN e sua diretora por 8 anos. Publicou
três livros: “Uma Escola Suíça nos Trópicos”, que é a história da Escola
Doméstica de Natal, onde foi aluna. “Verdes Campos, Verdes Vales”, a história
dos engenhos de Goianinha, onde nasceu, e “Escola Doméstica de Natal”, este em
parceria com Nídia Mesquita. Lalinha é casada com o médico Genibaldo
Barros, ex-reitor da UFRN e ex-vice-governador do Rio Grande do Norte.
Nestes três livros Lalinha junta um riquíssimo
acervo fotográfico onde estão registrados grandes instantes da história da
sociedade norte-riograndense. Derna dos engenhos dos verdes vales de Goianinha
– entre eles o Bom Jardim que hospedou o escritor Mário de Andrade - aos
acontecimentos políticos, culturais e sociais de Natal. Por exemplo: o encontro
da escritora Rachel de Queiroz com a professora Noilde Ramalho. Ou a
inauguração da Escola Domestica de Natal, em 1914, aparecendo o governador
Ferreira Chaves. (Foto do arquivo de Manoel Dantas).
O livro “Verdes Campos, Verdes Vales, publicado em
2004 tem orelhas assinadas por Tarcísio Gurgel e prefácio de Sanderson
Negreiros, dois nomes maiores de nossa literatura. Às folhas tantas, Tarcísio
diz:
“Lanço mão do lugar comum e assumo o risco: este é
um livro escrito com as tintas da emoção. Sua autora, menina de engenho como
outra colega famosa, Madalena Antunes Pereira, de Oiteiro, provou e jamais
esqueceu dos sabores, odores, sons, cenários dos Verdes Campos, Verdes Vales.
Do Ceará Mirim, dona Madalena; de Goianinha, dona Eulália, Lalinha, que em boa
hora resolveu trazer de volta, personagens e ambientes de um passado redivivo
pela magia da memória. ”
Do prefácio de Sanderson, ele fala assim sobre a
escritora Eulália Duarte Barros:
“De repente, surge a memorialista que percebe
ainda a existência de pessoas, suas vozes, suas personalidades, seus jeitos,
suas estampas, suas marcas como importantes pilares na construção desse feudo,
berço, chão – como ela mesmo escreve. São retratos, fulgurações, invocações,
recontagem do tempo: tudo isso se vai ou já se foi, para quem não atentou na
sua certeza. Nisso tudo, Eulália jogou todo o seu destino, e sua solidão de
ser, para ganhar esse troféu. O da infância reconquistada. Era a vitória, a de
agora, que nunca iria lhe negacear o prêmio de escrever com poesia e
veracidade”.
POLÍTICA
Nem tudo é poesia. Muito além desse canavial
soprado pelos ventos do litoral sul do Rio Grande do Norte, vê-se a poeira
braba da política que se pratica no Planalto Central. Hoje, por exemplo, tem
eleição para presidente da Câmara dos Deputados. Em sua coluna de ontem, de O
Globo, Merval Pereira escreveu assim:
- Não é uma questão ideológica que está em jogo na
eleição do novo presidente da Câmara, mas a resistência de um espírito
minimamente civilizado de fazer política. Eleger um candidato ligado politicamente
a Eduardo Cunha é reafirmar diante da opinião pública um método que está
condenado pela História e que, se prevalecer, apenas prorrogará a agonia da
Câmara como instituição, e dos deputados como instrumentos de uma velha
política que precisa ser superada por fatos concretos, e não por palavras.
NA CARNAÚBA
Criadores de todas as partes do Nordeste e de
outras bandas do país pegam, esta semana, os caminhos que vão dar em Taperoá,
Paraíba, onde acontece, de sexta (15) a domingo (17), o Dia D da Fazenda
Carnaúba, a “pátria sentimental” de Manoel Dantas Vilar Filho, o grande
Manelito. É a maior mostra de caprinos e ovinos de raças nativas do Brasil.
Tem bode, tem ovelha, tem boi, tem amostra dos
famosos queijos da Carnaúba (este ano lançando duas novas marcas: o Dom
Manelito e o Dom Ariano), queijo de leite de cabra. Junte a estes paladares, a
programação de arte: a exposição de Zélia e Denise Suassuna (“A porcelana
Armorial” e “A nova tapeçaria Armorial”) e mais a exposição do pintor Manoel
Dantas Suassuna em homenagem a Paul Gauguin (“De onde viemos? O que somos? Para
onde vamos? ”). Sem esquecer da exposição de artesanato daqueles cariris velhos.
LIVRO
O advogado
José Daniel Diniz está pondo o ponto final no livro que conta os tempos do
governo do Monsenhor Walfredo Gurgel, seu tio e de quem foi auxiliar.
Lançamento para este semestre.
DE CULTURA
A coluna
Painel, da Folha de S. Paulo, registra que o atual ministro da Cultura, Marcelo
Calero, entregou ao seu colega do Planejamento uma proposta de restruturação do
seu ministério. Por exemplo: “A Secretaria de Economia Criativa será
substituída por uma de Economia da Cultura”. Mais: haverá um departamento para
tocar exclusivamente projetos de acessibilidade.
ELEIÇÃO
O Tribunal
Regional Eleitoral marcou um “café com jornalistas”, para a manhã do dia 28,
quando fará a apresentação da “Logística das Eleições”, de olho,
claro, nas eleições municipais de outubro. Tem resposta para todas as
perguntas. Ou dúvida?
FUTEBOL
Tem essa
sobre Portugal publicada na coluna de Ancelmo Gois, de O Globo de ontem:
- Agora que Portugal virou o país do futebol, é
bom entender o que dizem os patrícios sobre o tema, gol, por exemplo, é “golo”;
gramado é “relvado”; vestiário é “balneário” e a popular caneta, quando a bola
passa entre as pernas, é “cueca”.
FONTE – TRIBUNA DO NORTE